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Expectativa para inflação de 2021 sobe pela 30ª vez e supera 9%
Analistas do mercado financeiro preveem avanço menor do PIB, dólar a R$ 5,50 e juros mais altos ao final deste ano, aponta BC
Os sinais de que a inflação no Brasil continua a subir em ritmo acelerado fizeram os economistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo BC (Banco Central) elevar pela 30ª semana seguida suas previsões para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Conforme as estimativas divulgadas nesta segunda-feira (1º), a aposta atual é que o índice oficial de preços feche 2021 em 9,17%. Na semana passada, as apostas apontavam que a inflação terminaria o ano em 8,96% e, há quatro semanas, em 8,51%.
Os saltos das estimativas para o índice oficial de preços são impulsionados pelas recentes altas no preço da energia elétrica e dos combustíveis, que causam um efeito cascata em outros produtos da economia.
Caso a nova expectativa seja confirmada, a inflação chegará ao fim de 2021 acima do dobro da meta estabelecida pelo governo para o ano, de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).
Para 2022, a previsão para o índice oficial de preços subiu pela 15ª semana consecutiva, de 4,4% para 4,55%. A aposta para 2023 foi mantida em 3,27% e a de 2024 revisada de 3% para 3,02%.
Ao lado da previsão de maior alta nos preços aparece uma projeção de que o dólar fechará dezembro em R$ 5,50, patamar R$ 0,05 superior ao estimado na semana passada. Para os preços administrados, tais como energia e combustíveis e planos médicos, a expectativa é de alta de 15,09% neste ano.
Juros e PIB
Junto com o aumento nas expectativas para a inflação, os economistas do mercado financeiro elevaram a projeção para a taxa básica de juros a 9,25% ao ano no fim de 2021. Atualmente, a Selic figura em 7,75% ao ano, após o salto de 1,5 ponto percentual anunciado na semana passada.
Aumentar a taxa de juros funciona como um instrumento de política monetária para reduzir a inflação. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.
A movimentação deve ainda resultar em uma alta menor do PIB neste e no próximo ano. Conforme as previsões apresentadas pelo Boletim Focus, a economia brasileira deve crescer 4,94% neste ano, ante 4,97% previsto na semana passada e 5,04% esperado há um mês. Para 2022, a aposta também caiu, passando de 1,4% para 1,2%.